Quem foi Clarice Lispector?

O nome de Clarice Lispector é bastante conhecido, frases atribuídas a ela são sempre compartilhadas nas redes sociais, contudo, muitas não são realmente de sua autoria. Mas, você sabe exatamente quem foi Clarice Lispector, qual a sua importância para a literatura e como se tornou uma escritora respeitada no Brasil e no mundo? Siga a leitura para conhecer um pouco mais a respeito de sua história e sua obra.

Descubra quem foi Clarice Lispector e como ela chegou ao Brasil

Nascida em 10 de dezembro de 1920, em uma pequena cidade da Ucrânia, Clarice Lispector foi registrada como Chaya Pinkhasovna Lispector. Filha de judeus russos, chegou ao mundo em uma fase conturbada, em que seus pais planejavam deixar seu país por conta do crescimento do antissemitismo decorrente da Guerra Civil Russa, que ocorreu entre 1918 e 1920.

Após uma tentativa mal sucedida de fuga, a família Lispector conseguiu deixar a Ucrânia em 1921, passando algum tempo em um albergue no território que hoje corresponde à República da Moldávia. Eles cogitavam deixar a Europa e irem viver nos Estados Unidos ou no Brasil. Em 1922, receberam a aprovação do consulado russo para virem para o Brasil.

A família fez uma longa viagem de navio, que aconteceu em várias etapas, até que chegasse a Maceió, onde já vivia uma tia de Clarice (irmã de sua mãe) e o marido. Após a chegada, os nomes russos dos membros da família Lispector foram substituídos por correspondentes na língua portuguesa, assim, Chaya se tornou Clarice.

Infância no Brasil

A infância de Clarice não foi nada fácil, pois, embora a família tenha conseguido fugir da Ucrânia, enfrentaram muitas dificuldades financeiras no Brasil. Seu pai começou a trabalhar como vendedor (profissão que na época era conhecida como mascate), além de dar aulas de hebraico para alguns vizinhos. A situação da família começou a se estabilizar quando o pai e o tio de Clarice passaram a fabricar sabão para vender.

Aos cinco anos de idade, Clarice mudou-se com a família de Maceió para Recife. A menina logo começou a demonstrar sua desenvoltura com letras e números. Aprendeu a ler aos sete anos e aos dez escreveu sua primeira peça de teatro, chamada “Pobre menina rica”. Nessa época também se destacou na escola por sua facilidade com matemática, tendo, inclusive, dado aulas particulares para alguns vizinhos.

A carreira como escritora

Como mencionado, Clarice Lispector começou a escrever ainda na infância e sua paixão pela literatura foi se tornando cada vez mais forte. Ela conciliava os estudos do curso de direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o trabalho como secretária em um escritório de advogados e um serviço extra de tradução para revistas, mas nunca parou de escrever seus contos.

Quando tinha 19 anos, um de seus contos foi finalmente publicado por uma revista chamada Pan, tratava-se de “Triunfo” e falava sobre os sentimentos de uma mulher que foi abandonada pelo homem amado. Depois disso, Clarice começou a ir até as redações de outras revistas para oferecer seus contos. A revista Vamos Ler! Foi outra que publicou mais um trabalho seu.

Ela enfrentou muitas dificuldades para conseguir realmente entrar na área do jornalismo, pois, além de ser mulher, o Brasil passava por um período de censura. Na época em que trabalhou como repórter na Agência Nacional, fez amizade com um jornalista e escritor (Lúcio Cardoso) que ajudou a abrir novas portas em sua carreira como escritora. A partir daí, vários de seus contos foram sendo publicados por revistas e jornais.

Primeiro romance de Clarice Lispector e outras obras

Em 1943, foi publicado o primeiro romance de Clarice Lispector, que estava com 23 anos, “Perto do coração selvagem”, tendo sido muito bem recebido pela crítica da época. Um dos críticos afirmou que se tratava da maior novela em língua portuguesa escrita por uma mulher, um marco muito importante e que mostra a relevância da autora desde o início de sua carreira.

Para se ter uma ideia, o estilo de escrita da autora foi comparado a grandes nomes da literatura europeia, como Marcel Proust, James Joyce, Virginia Woolf e Jean-Paul Sartre. Apesar de, para muitos, isso parecer um elogio, Clarice não gostou das comparações e afirmou nunca ter lido esses autores e muito menos se inspirado neles. O livro recebeu o Prêmio Graça Aranha de melhor do ano.

Em seguida, outras obras vieram, como: O Lustre (1946), A Cidade Sitiada (1949), A Maçã no Escuro (1961), A Paixão segundo G.H. (1964), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969), Água Viva (1973), A Hora da Estrela (1977) e Um Sopro de Vida (1978).

E os contos: Laços de Família (1960), A Legião Estrangeira (1964), Felicidade Clandestina (1971), Onde Estivestes de Noite (1974), A Via Crucis do Corpo (1974), O Ovo e a Galinha (1977) e A Bela e a Fera (1979). Além disso, Clarice Lispector publicou livros infantis, crônicas, artigos para jornais, entre outros escritos.

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