O que é um ano bissexto?

Neste artigo, vamos explicar o que é um ano bissexto, por que ele existe e qual a sua origem. De quatro em quatro anos, o calendário recebe a adição de um dia (29 de fevereiro), totalizando 366 dias. Esse artifício é fundamental para compensar as quase 6 horas que sobram anualmente, considerando o movimento de translação da Terra.

O que é um ano bissexto?

Cada ano tem 365 dias devido ao tempo que a Terra leva para realizar o movimento de translação (rotação em torno do Sol). O tempo exato para a realização desse movimento é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Esse período residual, acumulado no final de cada ano, é compensado com a adição de um dia extra a cada quatro anos, o que chamamos de ano bissexto.

Origens do ano bissexto

Em cerca de 50 a.C., durante a ditadura de Júlio César na Roma Antiga, foi adotado o ano bissexto para que houvesse o ajuste entre o ano civil e o ano solar. Porém, foi somente em 1582, com a adoção do calendário gregoriano, que se estabeleceu que o dia extra seria 29 de fevereiro.

Primeiros calendários romanos

Há uma lenda que diz que o primeiro calendário romano foi criado por Rômulo, o fundador de Roma. Essa primeira versão contava com 304 dias divididos em 10 meses. Passado algum tempo, Numa Pompílio (sucessor de Rômulo) estabeleceu um novo calendário, que contava com 355 dias e 12 meses.

O calendário romano tornou-se lunissolar (baseado nos movimentos do Sol e da Lua), passando a ter um mês extra, chamado de mensis intercalaris, a cada dois anos para que estivesse alinhado com o ano solar. No calendário de Numa Pompílio, o ano tinha início em março e terminava em fevereiro. Os meses desse calendário eram divididos em três partes: Calendas (primeiros dias do mês), Nonas (dias do meio do mês) e Idos (últimos anos do mês).

Calendário Juliano e o ano bissexto

Passados alguns séculos, o ditador Júlio César de Roma decidiu diminuir a disparidade entre o calendário utilizado na época e o ano solar, para realizar essa mudança ele solicitou os serviços do astrônomo Sosígenes. A base para o trabalho de Sosígenes foi o calendário egípcio e o resultado foi chamado de calendário juliano (em referência ao imperador).

Nesse calendário, cada ano tinha 365 dias e a cada quatro anos era adicionado um dia a mais, totalizando 366. Os dias foram divididos em 12 meses, como a divisão de 365 por 12 não é exata, alguns meses ficaram com 30 e outros com 31 dias. Sosígenes incluiu algumas regras astronômicas na definição desse calendário, como o fato de que todo mês deveria passar pelas quatro fases da lua.

Nessa nova configuração, não era mais necessário o mensis intercalaris a cada dois anos, de maneira que todo ano começava em janeiro e terminava em dezembro. Outra mudança é que as estações do ano passaram a ter datas previamente estabelecidas para começar, sempre no oitavo dia antes do início dos meses de abril, julho, outubro e dezembro.

Por que se chama bissexto?

No período de Júlio César, a contagem dos dias era feita de forma regressiva, ou seja, as pessoas diziam coisas como “faltam três dias para as calendas”. O imperador determinou que o dia extra fosse adicionado ao mês de fevereiro, “ante diem bis sextum Kalendas Martias” (repetição do sexto dia antes das calendas de março). Logo, a determinação era a repetição do dia 24 de fevereiro, por isso, bissexto (duas vezes seis).

Fevereiro: por que tem menos dias?

Quando Júlio César faleceu, recebeu uma homenagem aprovada pelo senado romano, o mês de Quintilis (com 31 dias) passou a se chamar Julius (julho). Outra homenagem foi feita ao imperador César Augusto no mês de Sextilis, que passou a ser chamado de Augustus (agosto). No entanto, o mês de augustus tinha apenas 30 dias, objetivando tornar as homenagens equiparadas, foi adicionado um dia a esse mês.

Para que o mês de agosto pudesse ter 31 dias, foi necessário tirar um dia de outro mês, o escolhido foi fevereiro. É importante salientar que fevereiro já tinha um dia a menos por conta da repetição do dia 24 a cada quatro anos. Fevereiro ficou, então, com 28 dias em anos comuns e 29 dias em anos bissextos.

46 a.C.: O ano da confusão

O ano de 46 a.C., entrou para a história como o ano da confusão por ter tido nada menos do que 455 dias. Isso aconteceu porque, mesmo com a adoção do calendário juliano, ainda existia uma defasagem de 80 dias em relação ao ano solar. Júlio César, então, determinou que 46 a.C. teria 455 dias e isso tornou esse momento da história um tanto peculiar.

Calendário gregoriano

O calendário que utilizamos atualmente é o chamado calendário gregoriano, estabelecido em 1582 pelo Papa Gregório XIII. As mudanças feitas nessa nova versão do calendário juliano tinham o objetivo de reduzir a diferença da duração do calendário e do ano. O dia adicional dos anos bissextos passou a ser 29 de fevereiro e não mais 24, como ocorria no calendário juliano.

O Papa foi auxiliado pelo astrônomo Christopher Clavius, outra mudança estabelecida foi a supressão de 11 dias do ano de 1582. Nesse ano, o dia 4 de outubro foi sucedido pelo dia 15 de outubro, algo que entrou para a história como “os dias perdidos” ou “os dias que nunca aconteceram”.

Como é feito o cálculo do ano bissexto?

O primeiro momento em que se calculou e instituiu o ano bissexto foi no período juliano. O astrônomo responsável determinou que a cada quatro anos fosse adicionado um dia a mais. Contudo, depois do falecimento de Júlio César, esse ciclo de quatro anos não foi respeitado com a ocorrência de anos bissextos a cada três anos em alguns momentos.

Isso fez com que houvesse um acúmulo de dias, o que levou o imperador César Augusto a determinar que não aconteceriam anos bissextos no período entre 12 a.C. e 8 a.C.. A adoção do calendário gregoriano estabeleceu regras específicas para a determinação de anos bissextos, visando não ter mais diferença com relação ao ano solar.

Os anos bissextos são aqueles cujas dezenas finais são divisíveis por quatro, dentre os anos terminados em 00 são bissextos somente os que dão um resultado exato em sua divisão por 400.

Essa é a história dos anos bissextos! Para conferir outras curiosidades e dicas relacionadas ao Enem e vestibular, fique ligado no Blog do Hexag!

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