O que é Iluminismo?

O movimento intelectual chamado de Iluminismo tem sua origem na França do Século XVIII (chamado também de “Século das Luzes”). A característica predominante dessa corrente de pensamento é o favorecimento da razão em detrimento da fé. Basicamente, isso significa utilizar a razão para explicar o que anteriormente era justificado pelas crenças religiosas. A ideia era solucionar os problemas existentes na sociedade.

Entenda o que é Iluminismo

Os adeptos do Iluminismo acreditavam ser possível reestruturar a sociedade do Antigo Regime. Esses intelectuais defendiam que a razão deveria se sobrepor a fé e a religião. Havia a busca por compreender a crítica racional em todos os âmbitos de conhecimento humano.

Houve a junção das escolas de pensamento social, filosófico e político, com ênfase da defesa do conhecimento racional como uma ferramenta para desconstruir ideologias de cunho religioso e preconceitos enraizados na sociedade. A superação dessas questões seria possível devido às ideias de progresso e busca pela perfectibilidade do ser humano. Os iluministas argumentavam consideravelmente contra as determinações religiosas e mercantilistas.

Também havia forte oposição do Iluminismo ao absolutismo e privilégios concedidos à nobreza e ao clero. Eram ideias tidas como polêmicas, uma vez que abalavam os alicerces estruturais da política e sociedade do Antigo Regime.

A publicação da Enciclopédia

Os filósofos D’Alembert e Diderot trabalharam no sentido de reunir todo o conhecimento produzido com base na razão em um compêndio dividido em um total de 35 volumes: a Enciclopédia (1751-1780). Vários expoentes iluministas, como Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu, participaram da elaboração e publicação da Enciclopédia.

Iluminismo e a burguesia

As ideias iluministas se difundiram, especialmente entre os burgueses que tinham o maior poder econômico, mas não tinham uma voz ativa na política. Embora a burguesia detivesse maior capital financeiro, estava à margem das decisões relevantes.

Principais características do Iluminismo

O iluminismo se caracteriza principalmente por rejeitar o período medieval e a sua herança. Inclusive, os iluministas chamavam esse período de “Idade das Trevas” e foram os responsáveis por plantar a ideia de que nada de bom e válido havia ocorrido nessa época. Confira abaixo as principais características do Iluminismo de acordo com suas ideias a respeito de economia, política e religião.

Economia

Os iluministas acreditavam que o Estado deveria atuar de forma liberal, eles eram contrários ao Mercantilismo, que era bastante praticado durante o Antigo Regime. Basicamente, os iluministas pregavam que o Estado não deveria intervir na economia e sim deixar que o mercado fosse responsável pela sua regulação. Adam Smith era o principal nome por trás da elaboração de tais ideias.

Havia iluministas que defendiam arduamente que a agricultura era a principal fonte de riqueza do país em detrimento ao comércio, algo que os mercantilistas pregavam. No tocante à propriedade privada, não existia um consenso entre os iluministas. Enquanto John Locke dava ênfase ao fato de que a propriedade era um direito natural do homem, Rousseau apontava que a propriedade era a razão dos problemas da humanidade.

Política e Sociedade

Os iluministas eram contrários ao Absolutismo, eles diziam que o poder do rei precisava ser limitado por uma Constituição ou por um conselho. Montesquieu defendia que se aplicasse um modelo de Estado em que o governo era dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.

A ideia era que houvesse equilíbrio e menor concentração de poder em uma única pessoa. Algo interessante de mencionar é que essa forma de governo foi adotada em quase todas as nações do mundo ocidental. Os súditos, por sua vez, deveriam ser tratados de forma igualitária. Logo, todos deveriam pagar impostos e as minorias, como os judeus, por exemplo, deviam ser reconhecidos como cidadãos, assim como todos os outros.

É importante fazer o adendo de que no Antigo Regime, minorias religiosas como judeus e muçulmanos, eram obrigadas a se converter ou então ir embora dos países onde estavam para fugir as perseguições. Apesar de existir algumas vozes falando a favor das mulheres, e inclusive pensadoras iluministas como Mary Wollstonecraft e Émilie du Châtelet, não houve nenhum homem que defendesse verdadeiramente a concessão de direitos para elas.

Religião

Muitos pensadores iluministas criticavam duramente a religião. Boa parte deles defendia que houvesse uma limitação de privilégios da igreja e do clero. Também defendiam que a ciência questionasse as doutrinas da religião.

Alguns pensadores compreendiam a função da religião na formação do ser humano, no entanto, desejavam que ainda assim houvesse duas esferas distintas: o Estado e a religião. Também existiam pensadores iluministas que desejavam o fim da igreja como uma instituição. Para esses indivíduos, a fé deveria ser uma expressão individual.

Déspotas esclarecidos

O Iluminismo teve suas ideias amplamente difundidas e isso fez com que muitos governantes tomassem conhecimento das mesmas. Alguns desses governantes buscaram implementar medidas com bases iluministas para tornar seus Estados mais modernos. É interessante mencionar que essa modernização era realizada sem que os monarcas abrissem mão do poder absoluto.

Ocorria uma combinação de ideias de cunho iluminista e o absolutismo. Esses governantes que buscaram esse meio-termo ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos.

O Iluminismo no Brasil

As ideias iluministas chegaram ao Brasil por meio de publicações contrabandeadas para a colônia. Havia também estudantes que iam estudar na Universidade de Coimbra, em Portugal, e tinham contato com esses pensamentos e se tornavam difusores deles. Tais ideias questionavam o sistema colonial e ampliavam o desejo de que mudanças ocorressem.

O movimento iluminista teve grande influência sobre algumas revoltas ocorridas em território nacional, como: Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).

Consequências do Iluminismo

As ideias iluministas contribuíram para o fim do colonialismo e absolutismo, assim como para a implementação do liberalismo econômico e busca por liberdade religiosa. Culminou em movimentos como a Revolução Francesa (1789).

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