Guerra das Coreias, está perto de um fim?

Entre os anos de 1950 e 1953 ocorreu a Guerra da Coreia que teve como resultado a divisão da península em duas. No final de 2021, após décadas de conflito entre a Coreia do Norte e do Sul, houve a sinalização de um possível acordo entre as partes. Estados Unidos e China (apoiadores, respectivamente, da Coreia do Sul e da Coreia do Norte) apoiam essa declaração do fim formal da guerra das Coreias. 

Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, tem como um dos objetivos do seu mandato conseguir uma declaração formal do fim da guerra. No entanto, as negociações se encontram suspensas devido às demandas apresentadas pela Coreia do Norte. Para os observadores próximos da situação é difícil acreditar que o acordo seja alcançado. Continue lendo para entender melhor a situação.

O que a Coreia do Norte quer?

Em dezembro de 2021, Moon acenou com a possibilidade de que o acordo estaria próximo de ser celebrado entre as duas Coreias durante uma viagem oficial à Austrália. Anteriormente, em setembro do mesmo ano, a irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, Kim Yo-jong, disse que havia sim a possibilidade de negociações com a Coreia do Sul.

Contudo, Yo-jong explicitou o desejo de que os Estados Unidos deixassem a postura, nomeada por ela como “política hostil”, em relação ao seu país. A Coreia do Norte tem forte oposição à presença de tropas norte-americanas no território sul-coreano.

Anualmente, Estados Unidos e Coreia do Sul realizam exercícios militares conjuntos. Também é uma solicitação da Coreia do Norte o fim das sanções impostas pelos EUA contra o programa de armas do país. 

A demanda é apresentada como uma pré-condição da parte da Coreia do Norte para que haja o debate das condições do acordo. Os EUA, por sua vez, continuam afirmando que primeiro o governo norte-coreano deve abandonar as armas nucleares para que possa se livrar das sanções. 

Como há esse impasse, Moon não consegue dar início à negociação para a declaração oficial do fim da guerra. A esse respeito, o líder sul-coreano já argumentou com os norte-americanos que a assinatura da declaração poderia representar um incentivo para o fim do programa nuclear dos vizinhos.

Em março de 2022, Moon deixará o cargo após cinco anos de incessantes tentativas de estabelecimento da paz permanente na Península da Coreia. 

Desafios

A Coreia do Norte está mais isolada do que nunca e isso parece não estar a ponto de mudar. Ao que tudo indica, as tentativas de paz e apertos de mão entre as duas Coreias pode estar com os dias contados, pelo menos por enquanto. Moon está no seu último esforço, a tentativa de assinar um acordo de fim da guerra. 

Porém, o presidente da Coreia do Sul está diante de muitos desafios consideráveis, sendo um dos maiores os Estados Unidos. A gestão de Biden demonstra estar disponível para os debates, afinal não é interessante para ninguém um estado permanente de guerra na península. No entanto, há a crença de que um acordo seria positivo para Kim Jong-un sem oferecer nenhuma garantia em contrapartida. 

Aqueles que são favoráveis ao acordo argumentam que se trata de um gesto diplomático que serviria de ponto de partida para oferecer garantias de segurança para a Coreia do Norte. No entanto, os opositores alegam que Pyongyang poderia se valer do acordo para exigir a retirada de 28,5 mil soldados americanos do território sul-coreano, bem como o fim dos exercícios militares realizados em conjunto entre EUA e a Coreia do Sul. A imprensa estatal da Coreia do Norte fala sobre a ideia como sendo “prematura”. 

Outra questão é que a Coreia do Sul não assinou o armistício e celebrar este acordo de fim de guerra não seria como um presente para os livros de história. O líder sul-coreano pode se manter nessa posição de tentar a todo custo uma reunião, mas fazer com que todas as partes concordem é bastante difícil. 

Estados Unidos e China: o posicionamento dos aliados

Como já mencionado, os Estados Unidos atuam como aliados da Coreia do Sul e a China dá apoio à Coreia do Norte. A respeito desse possível acordo, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse em outubro de 2021 que o país pode ter perspectivas distintas em relação à sequência precisa ou ao momento das condições estabelecidas para as diferentes etapas. 

Paralelamente, a agência sul-coreana de notícias Yonhap informou que Yang Jiechi, diplomata chinês de alto escalão, se comprometeu em apoiar o impulso para a declaração de um fim dessa guerra. 

Guerra da Coreia: o que aconteceu?

Tudo começou em junho de 1950 com uma incursão de soldados pelo paralelo 38, a fronteira entre as Coreias. Nessa data, 75 mil soldados do Norte comunista atravessaram a fronteira. Nos meses que se seguiram a essa invasão, as tropas norte-americanas foram deslocadas para apoiar o Sul.

Os norte-coreanos, mesmo com o apoio da China e da União Soviética, foram repelidos. Em julho de 1953, os EUA e a Coreia do Norte assinaram um armistício. Nesse conflito se perderam cinco milhões de vidas entre soldados e civis. 

Há esperança em relação ao acordo, mas com cautela!

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